"O meu ofício me permitiu sair dos calos da enxada para a sensibilidade do toque das pinceladas e da espátula. A pintura fez abrir as janelas do meu olhar para o mundo, suas cores e sensações, muito além do Sertão. A arte me deu uma nova vida."
Sérgio Amorim foi registrado como nascido no ano de 1975, em Itaberaba, portal da Chapada Diamantina da Bahia, na Fazenda Lagoa do Peixe, onde reside na sua memória várias das cenas traduzidas nas suas telas.
Filho de Helenita Amorim dos Santos e Manoel Bastos dos Santos, caçula entre os homens, no meio de oito irmãos, desde cedo percebeu pelas mãos de labuta de seu pai, a importância do trabalho no campo, seja na lavoura, na pecuária ou na olaria.
Foi esse mesmo trabalho que, por intermédio das mãos do artista, no futuro, seria enaltecido em cores e traços originais.
Aos dezoito anos, o jovem aventurou-se em São Paulo, na cidade de Catanduva, onde residia um irmão, incentivado por sua genitora que queria ver o seu filho ascender em outras terras além dos limites daquele município do interior da Bahia.
O seu encontro com a pintura, arte do acaso, foi um encantamento curioso ao observar os desenhos de um estudante de artes plásticas durante um almoço de domingo, que o incentivou a buscar um curso de desenho.
Empolgado, imediatamente Sérgio se inscreveu na Casa de Cultura do Município, e, pela primeira vez, experimentou o ofício de desenhar.
Elogiado pelos professores surpreendidos com o dom daquele garoto do interior da Bahia que possuía um traço diferenciado no papel, Sérgio passou em menos de um ano, do lápis ao pincel, e aos seus primeiros traços em tela onde as cores da paleta deram vida aos desenhos.
Ainda em Catanduva desenvolveu a sensibilidade pelo conhecimento da natureza humana e da importância da arte para o tratamento do espírito, onde, numa clínica psiquiátrica, atuou como arte terapeuta por cinco anos, usando a arte no apoio ao tratamento de pacientes, o que lhe trouxe a habilidade e a paciência para o ensino.
Ao longo dos anos, as cenas pintadas pelo artista passaram a ser aquelas por ele observadas que traduzem objetos reais através de um olhar diferenciado, o impressionismo, representando sua impressão visual da realidade.
A obra de Sérgio passou a se caracterizar, também e fortemente, pela pintura de alto contraste, contraposição de cores e técnica de pintura a óleo com espátula, o espatulado. A espátula produz marcas mais rígidas do que o pincel, e o artista acentua os diferentes planos do motivo, cria efeitos de volume quase esculturais e transforma um tema em uma imagem rica de expressão.
A sua obra representa paisagens do sertão do interior da Bahia, imagens da antiga Salvador, suas crenças e cultura, a exemplo das festas religiosas como a "Nossa Senhora da Boa Morte" da cidade de Cachoeira, as diversas marinhas, especialmente os saveiros, e o povo, representado por crianças, lavadeiras, estivadores, feirantes.
As aulas de pintura e desenho em seu Ateliê, atividade que, para o artista, constitui algo fundamental e prazeroso, uma vez que anseia por ver a arte difundida entre os seus discípulos.
Horas de Curso
Alunos felizes
Quadros concluídos
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Adinelson Filho
Adinelson Filho Àkànbí Ọdẹ é Pedagogo, Desenhista Técnico, Professor de Língua, Cultura e Civilização Yorùbá, Especialista em História Social e Cultura Afro-brasileira e Indígena, Mestrando em Literatura. Sacerdote, pesquisador, ativista defensor do patrimônio cultural afro-brasileiro, sobretudo de origem yorùbá. Desenha e pinta desde a infância. Há pelo menos cinco anos dedica-se ao estudo da técnica aquarela.
Desde muito cedo, ainda criança, manifestei meu interesse pelo desenho e depois pela pintura. Durante muito tempo tentei sozinho desenvolver minhas habilidades e competências artísticas. Buscava em livros, revistas e cursos o aprimoramento da técnica, que não obstante o esforço, persistia em mim a convicção de que era deficitária em diversos aspectos. Foi quando em 2009, totalmente por acaso, ao levar um quadro para colocação de moldura, tive o meu primeiro contato com o trabalho de Sérgio Amorim. Lembro-me perfeitamente. Era a retratação perfeita de uma floresta, com observância de detalhes, sobretudo da textura dos troncos que muito me impressionaram. Imediatamente procurei saber quem era o autor, desejava o contato para tentar convencê-lo a me passar sua técnica de pintura. Meses depois lá estava eu matriculado no curso de Sergio Amorim. O que dizer de Sérgio: gente simples, garoto da roça que se fez artista a partir do sonho e do esforço; professor extraordinário, abnegado, paciente pronto a compartilhar de maneira altruísta todo o conhecimento amealhado ao longo de sua trajetória. Tive a grata satisfação de ver Serginho se einventando como artista, ao migrar do realismo à pincel ao impressionismo lançado de maneira cada vez mais solta do seu identitário espatulado. Essa mudança de paradigma tem propiciado a projeção de Serginho no cenário artístico baiano e nacional e garantido espaço e grande sucesso para exposição de seu magnifico trabalho inclusive no Palacete das Artes, o mais aristocrático museu da cidade. Dez anos de convívio com Serginho consolidou entre nós sólida e fraterna amizade com este ser humano especial. Sucesso irmão, é que você merece.
Conheci Sérgio Amorim através do amigo Edmundo Reis, Promotor do Ministério Público da Bahia. Tramávamos em agosto de 2019 realizar a segunda edição de um Projeto nomeado de Cienciarte do qual sou autor, que ocorre sempre no final do ano, e reúne algumas instituições acadêmicas em parceria com o Ministério Público da Bahia, no âmbito de uma ação nomeada de “A academia vai ao cárcere”, de autoria do Dr. Reis. Em via de mão dupla, a Academia acolhe também o cárcere com uma série de ações solidárias e de pesquisa para pensar as condições degradantes a que seres humanos são submetidos nesse espaço punitivo que é a prisão. Acadêmicos, gestores públicos e artistas sincronizaram em torno de questões como: Para punir é necessário humilhar sujeitos a viverem em condições anti humanas? Que tipo de humano encontra-se na prisão? Como é possível resgatar sua dignidade? Amorim entra nesta história como o líder de um grupo incrível de artistas que aderem ao Projeto, que estabelece como desafio: fazer, em dois meses, quadros que expressem suas sensibilidades a propósito do regate da humanidade para quem está encarcerado. Ocorreram vários encontros, várias reuniões, jantares e almoços dando ânima ao engajamento do grupo, que ia ganhando uma consistência linda de ver. Conseguimos, UNIFACS e Ministério Público da Bahia o espaço do Forte de Santo Antônio Além do Carmo, na região antiga de Salvador, que albergou a mostra resultante da sinergia durante o mês de Outubro de 2019. Para ali acorreram universitários, detentos, ex detentos, autoridades do executivo e do Ministério Público, artistas, ONGs que organizaram várias manifestações artísticas de música, dança, sarau de poesia e uma significativa MOSTRA DE ARTES PLÁSTICAS nomeada de “Território para projetos libertários”. Nas dependências belíssimas da edificação do Forte de Santo Antônio Além do Carmo, debruçado na sublime Bahia de Todos os Santos, ao lado do icônico pelourinho, foram dispostas as várias obras dos quase 30 artistas reunidos por Sérgio Amorim, líder extremamente gentil, quase um monge budista, expressando que a arte é libertária. Levei alguns amigos europeus e brasileiros que vieram àquela semana para integrar o Congresso sobre Direitos Humanos que a UNIFACS estava organizando e hospedando em suas dependências: Esther Quinteiro, Catedrática da Universidade Portucalense/Portigal e de Salamanca/Espanha; Pedro Dores, catedrático do ISCTE de Lisboa; Fernando Donasci, Fotógrafo paulistano ganhador do Premio Herzog de Fotografia em 2013 e hoje cidadão português; Ynes Félix e Andrea Flores, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul; César Barros Leal, da Universidade Federal do Ceará e Procurador daquele Estado; Adriana Torres e Elvira Simões, da Universidade Federal de Alagoas, além de vários professores da UNIFACS, instituição anfitriã deste evento que envolvia o Cienciart: Miguel Calmon, Claudia Vaz, Carolina Spínola, Gustavo Costa, Rodolfo Pamplona, Vaner do Prado, Monica Ribeiro, Suzana Coelho, além de tantos outros. As participações da Reitora, Márcia Barros e do Chanceler, Manoel Barros, deram o tom do que representou o evento para a UNIFACS. Foi unânime a expressão de espanto: ver artistas e presidiários produzindo arte para falar de liberdade à comunidade de Salvador, na primeira cadeia da cidade, foi uma experiência ímpar. Tido isto (e o mais que não cabe nesta página) para dizer da elegante liderança de Sérgio Amorim, que propiciou a que instituições tão relevantes pudessem executar e fruir de um espaço imagético para pensar utopias. Este é Sérgio: o artista líder a quem conheci, e cujo apreço me levou a olhar delicadamente o seu trabalho, adquirindo dois deles por calarem fundo na minh´alma com significados meus, secretos: a cena do corredor da vitória desde a Bahia de Todos os Santos perspectivando a Vila Brandão em uma ponta e, na outra, o galpão do Solar de Unhão, que hoje abriga um museu excepcional, cuja coleção merece ser conhecida. Este quadro habita a minha sala de jantar e evoca com força e intensidade das luzes variadas, o movimento expressionista que tanto amo. O outro quadro representa a Boa Morte, expressão de nossa cultura baiana, e da força dos negros em se fazerem presente nas expressões mais nobres de nossa alma sofrida. Delirantemente imagética. Minha casa, Sérgio, não é mais a mesma. Aqui povoam nas minhas paredes Calazans, Aldemir Martins, Emanuel Araújo, Prisciliano Silva, Mirabeau Sampaio, Manabu Mabe, Francisco Brennand... somados aos entalhes barrocos pelos quais este teólogo ateu é apaixonado! A tudo somei seus dois trabalhos dos quais tenho fruído nessa pandemia. Os dois latejando a beleza da expressividade artística e a força humanista do seu pincel provocador, insistindo para que continuemos a pensar no “...humano, demasiado humano”.
Nascido no município de Itaberaba, que se traduz do Tupi-guarani como “pedra que brilha”, Sérgio teve a sabedoria de deixar o espírito da arte ali pujante entrar na sua alma nordestina. Contava com 18 anos de idade quando seguiu para o corte da cana em Catanduva no interior de São Paulo, onde outro rufo de sabedoria o afasta de trabalho tão desgastante para introduzi-lo no comércio de balcão em loja. Passou a vender pneus e acessórios durante o dia e, à noite, a frequentar um curso de desenho no SESC 6 patrocinado pelo patrão como recompensa pelos bons serviços e reconhecimento da dedicação de Sérgio para com a arte. Já aparecia nos seus traços as paisagens da Chapada Diamantina, na Bahia, onde Itaberaba ocupa o Piemonte de uma região que lembra em muito as regiões montanhosas da Itália, em particular, onde nasceu o Leonardo da Vinci, Florença. A referência ao gênio italiano da Renascença não é despropositada se for levado em conta não só as montanhas e a geografia inspiradora, mas o fato de terem ambos, Da Vinci e Sérgio, corrido atrás do sustento de vida para manterem-se na estrada difícil da arte. Da Vinci cruzando a Itália chega à França e Sérgio Amorim da Bahia vai para São Paulo percorrendo mais estrada, certamente. Fato é que o seu esforço no curso de desenho resultou em um inesperado progresso com Amorim dando aulas em substituição ao dono do ateliê, prof. Luiz Dotto e, após o falecimento deste, permanecendo como responsável pelo curso durante um bom tempo. No entanto, a saudade da terra natal bateu forte e Amorim regressou então para a Bahia em 2005, se estabelecendo em Salvador onde tem inaugurado várias exposições em shopping centers e órgãos públicos, a exemplo do Tribunal de Justiça da Bahia. Salvador sempre foi uma cidade das artes no sentido mais amplo possível. Aqui todas as expressões artísticas estiveram presentes, desde sempre. Na pintura, por exemplo, vale referenciar, em homenagem, a Galeria Le Dome como centro de reunião de grandes nomes das artes plásticas. Assim, ao aportar em Salvador, Sérgio veio para um privilegiado centro com DNA histórico sementado por artistas como: Herval Moreira, Misael Santana, Yoji Tanaka, Jenner Augusto, Calazans, Mário Cravo, Bel Borba, Caribé, Genaro de Carvalho, Cardosinho das Igrejinhas, Edvaldo Gato e dezenas de outros nomes. Mas, a par desse respeitável ambiente artístico, seguramente, os quadros de Sérgio Amorim vêm mantendo nas alturas a pintura nesta cidade, seja em telas grandes ou pequenas com temática variada, dentro do largo espectro cultural que vai dos saveiros da Baía de Todos Santos aos prédios da Salvador - primeira Capital do Brasil e, sobretudo, as Igrejas. Sérgio também pinta a caatinga, seus animais e a vegetação queimada, imprimindo sua tradição nordestina que guarda do substrato regional o que de melhor se pode apreciar em telas de traços fortes e matizes maravilhosos.
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